Tecpar produção de vacinas em 300% 29/08/2012 - 13:39

O Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar vai ampliar em 300% sua produção da vacina antirrábica de uso veterinário. Isso será possível a partir da formalização de um convênio para receber recursos de R$ 46 milhões do Ministério da Saúde, com a contrapartida de R$ 10,5 milhões do Governo do Estado do Paraná – conforme autorização do governador Beto Richa.

Com os investimentos e a utilização da tecnologia, o Tecpar terá condições de fabricar gradativamente até 30 milhões de unidades por ano, mantendo a produção de toda a demanda do País e atingindo o maior volume de fabricação do mundo em vacinas antirrábica para imunização de cães e gatos.

Para atingir esses objetivos, será construído no campus do instituto na Cidade Industrial de Curitiba um novo prédio, com o complexo para a manipulação e o envase do produto. A obra completa irá durar três anos. O diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, explica que o instituto precisava adequar sua planta industrial para poder atender a demanda e a recomendação do Ministério da Saúde na utilização do método do cultivo celular.

“Com esse investimento, vamos produzir vacinas de mais qualidade e transformar o Tecpar em um dos mais avançados institutos de pesquisa do país”, disse ele. De acordo com Felix, a construção de uma nova unidade física vai servir ainda para a produção de outras vacinas, dentre elas a antitetânica.

A fabricação de vacinas por cultivo celular utiliza células de rim de hamster (BHK – baby hamsterkidney). São doses de 1 ml e 2 ml, com validade de dois anos, substituindo a vacina antirrábica de uso veterinário pelo método Fuenzalida Palácios, que utilizava como substrato cérebro de camundongos neonatos – em doses de 2ml e com validade de um ano.

O novo método permite obtenção de um produto mais puro e capaz de induzir maior produção de anticorpos, sendo mais seguro para os animais, por não provocar efeitos colaterais. Além de evitar o sacrifício de animais. “Trata-se de uma inovação importante, que gera segurança e qualidade ao produto, além de ter um reconhecimento internacional”, disse Felix.

O projeto de adequação foi o maior aprovado pela União dentro do Programa de Investimento no Complexo Industrial da Saúde (Procis), que prevê R$ 1 bilhão para melhorar a indústria de medicamentos, insumos e equipamentos do País.