Tecpar integra grupo de estudos para desenvolvimento da indústria para energia solar 13/11/2012 - 13:06



O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) integra um grupo de estudos formado para avaliar a viabilidade de Brasil e Paraguai desenvolverem indústria para energia solar. O convênio de cooperação técnica para tal iniciativa foi assinado em Foz do Iguaçu, sede da Itaipu Binacional, e o Tecpar integra o grupo de trabalho como o braço operacional da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Na solenidade de assinatura, que contou com representantes da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) das Fundações Parque Tecnológico Itaipu (Brasil e Paraguai), do Fundo Paraná de Desenvolvimento e do Senai-PR, estiveram presentes o secretário Alípio Leal e o presidente do Tecpar, Júlio C. Felix.

O projeto a ser desenvolvido foi denominado Green Silicon (em português, Silício Verde) e envolve a implantação de toda a cadeia produtiva de painéis solares fotovoltaicos, do quartzo – matéria-prima principal – até a produção final de painéis solares.

“Foi um momento importante, pela congregação de interesses em torno de um projeto considerado de alta relevância e tido pelos participantes como um encontro histórico para o futuro do desenvolvimento da exploração de novas fontes de energia, da energia do futuro, a solar” – comentou Felix sobre o primeiro encontro do Green Silicon.

Fontes de energia

A favor da industrialização integrada para obter energia solar, Brasil e Paraguai têm vantagens que, em tese, podem torná-los competitivos neste mercado mundial. Uma delas é dispor de energia abundante, insumo principal desta cadeia produtiva, e gerada por fontes renováveis, especialmente pela hidreletricidade.

Outro privilégio é o fato de ambos os países estarem na área mais ensolarada do planeta. Nas Américas, a irradiação solar é 2,5 vezes superior a de países europeus, como Alemanha, uma referência em uso de energia solar.

O Brasil também é o maior exportador de quartzo em pedra, matéria-prima do silício, elemento principal para a produção de painéis fotovoltaicos. Por ano, o País exporta 230 mil toneladas do quartzo, praticamente em estado bruto, e destinados aos países da Ásia – Japão, Coreia e China –, Alemanha e Estados Unidos.

“O Brasil é um grande produtor de commodities e podemos mudar essa condição. Temos os elementos da natureza necessários, a produção de energia elétrica, a abundância mineral e a competência para tocar um projeto como este. Será importante esse estudo da viabilidade para que se coloque em prática o discurso de sair das comoditites e agregar valor à matéria prima que vai ser fornecida para o mundo. O que não podemos é continuar exportando a preço banana e importando o mesmo produto, beneficiado, a preço de ouro”, disse o secretário Alípio Leal. “Dependerá de nós o convencimento do setor industrial sobre essas potencialidades”, completou.

O convênio firmado em Foz do Iguaçu terá vigência de 12 meses, mas o estudo de viabilidade deve ser concluído antes, até maio de 2013.