“Já não estamos mais nas intenções. Agora virou plano de trabalho”. Esta é a avaliação que faz o presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar, Júlio C. Felix, sobre os resultados da visita de uma comitiva do País Basco (província da Espanha) a Curitiba e Litoral do Estado, para contatos com empresas públicas e reconhecimento de áreas de uma possível parceria, com o objetivo de desenvolvimento do programa Smart Energy Paraná, um projeto amplo de governo estadual para impulsionar a matriz de energias renováveis e redes inteligentes do Estado do Paraná.

A vinda dos bascos foi uma contrapartida à recente viagem do secretário Alípio Leal, titular da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná -Seti, e de Júlio C. Felix àquela região, ocasião em que foi firmado o protocolo de intenções. O programa “Costa das Energias Verdes”, pioneiro no Brasil, vai usar como modelo a experiência bem-sucedida realizada pelo País Basco, utilizando também o vento e o sol como fontes alternativas de energias para poder atender a toda a região.

“Acho que nossos técnicos e do país basco conseguiram identificar todos os elementos necessários para a elaboração do projeto básico do programa. Já atendendo determinação do vice-governador Flávio Arns por ocasião do início da visita, de que saíssemos com um plano de trabalho. Isso foi feito” comentou Júlio Felix, salientando a importância da visita de todos os técnicos, brasileiros e bascos, ao local-alvo do programa. “Isso foi importante para se ver a fragilidade que é o meio ambiente da região, a necessidade de preservação da mata atlântica, a proximidade da serra com o mar, resultando em um espaço muito pequeno. As populações são muito espalhadas, baixa densidade demográfica. Mas todos têm de ter acesso à energia da mesma forma” – completou.

Conforme avaliação de Felix, a semana da presença dos bascos por aqui serviu para compartilhar conhecimento tanto da parte deles como dos paranaenses. Por isso foram visitadas várias instituições parceiras do programa, como o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Copel, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Itaipu Binacional e o próprio Tecpar.

O plano de trabalho deverá ser aprimorado a distância, nos próximos, dias, com troca de mais algumas informações entre as partes. A visita final, somando experiências da semana, foi para conhecer o ambiente onde será feito o projeto piloto - litoral. “Ficou claro que não é simplesmente um projeto técnico, é um projeto também ambiental e social. Trata-se de região muito pobre, com índice de desenvolvimento humano baixo. Então, o uso de energia renovável distribuída nas redes inteligentes no litoral não é só para testar tecnologia e atrair investimento para o Estado. É, principalmente, para colaborar com a mudança do perfil sócio-econômico da nossa costa” – concluiu Felix.