Novos produtos do Tecpar apresentados na reunião do Conselho de Administração 20/08/2013 - 15:11

A apresentação de duas novas linhas de produção foi o tema principal da 46ª Reunião do Conselho de Administração do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), realizada na última quinta-feira (15). Júlio Felix, diretor-presidente do instituto, detalhou aos conselheiros o andamento dos trâmites para a produção do remédio biológico bevacizumabe (para combate a alguns tipos de câncer) e da Cola de Fibrina, fundamental para o avanço das cirurgias hospitalares.

Felix explicou que o Ministério da Saúde está incentivando a criação de mecanismos para apoiar a parceria entre laboratórios públicos e o setor privado com o objetivo de obter novos produtos de interesse do Sistema Único de Saúde e que uma das prioridades do ministério é a área de câncer. Daí a razão para se firmar a união entre o Tecpar e a empresa russa Biocad para a produção do bevacizumabe. “Temos dois anos para fazer a última fase de processo. Depois dos testes clínicos, em 2016 ou 2017 passamos a incorporar no SOS um produto fabricado no Brasil, no nosso laboratório que será construído no Tecnoparque de Maringá, no terreno de 108 mil metros quadrados que nos foi cedido pela prefeitura da cidade” – informou Felix, lembrando que “hoje temos a satisfação de poder contribuir para a melhora da saúde brasileira, com aval do Ministério da Saúde, que em 2011 sequer nos recebia e que hoje nos incentiva a investir na área, firmando o compromisso de adquirir toda a produção”.

Sobre a produção da Cola fibrina, Felix explicou tratar-se outro produto biológico que não existe no mercado e que teria sua produção possível por meio de uma parceria com a Hemobras, Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e a empresa privada Crisália. A cola cirúrgica reduz de 30 a 50% o tempo de hospitalização, reduz a necessidade de transfusões, reduz a possibilidade de sepsis e formação de fístulas e reduz em 70% as complicações hemorrágicas. O projeto está em fase de desenvolvimento e a PDP contaria com financiamento de R$ 45 milhões do Ministério da Saúde, as a fundo perdido. A capacidade de produção da planta é para atender também o mercado privado.

Planejamento estratégico

A reunião do Conselho foi presidida pelo diretor geral da Secretaria da Ciência, Tecnonogia e Ensino Superior (SETI), Sergio de Jesus Vieira, que respondia interinamente pela pasta na ocasião. E ele, tanto quanto os demais conselheiros, tomou conhecimento dos resultados do Planejamento Estratégico relativos ao primeiro semestre de 2013.

O objetivo estratégico apresentado foi garantir a sustentabilidade econômica do instituto, com os seguintes indicadores:

- Eficiência Financeira: 57% em relação à meta para 2014, que é de 75%. Sendo, para cada R$ 1,00 de despesa, a proporção de R$ 0,43 de receita. A meta para 2016 é o índice de eficiência financeira igual a 1;

- Percentagem de receita próprias e receitas totais: 45% em relação à meta para 2016, que é de 33% das receitas totais. Em 2013 a meta é de R$ 30 milhões e até o momento o resultado acumulado chega a R$ 7.294 milhões;

- Rentabilidade do patrimônio líquido: 18%, que mede o percentual de lucro que o instituto obtém em relação aos seus recursos próprios. Para cada R$ 100,00 do Patrimônio Líquido, R$ 17,71 são lucro, demonstrando rentabilidade positiva.

Como número final, o lucro antes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização no exercício de 2013, até o mês de junho, foi de 23%.

Encerrando a reunião, Sergio de Jesus Vieira declarou estar “muito satisfeito, muito feliz por estar no serviço público. Ainda mais agora, podendo testemunhar a importância que estes projetos vão ter para a humanidade. A recuperação do Tecpar é de se enfatizar, pois agora podemos nos vangloriar de o Tecpar voltar a ser referência, como já foi em sua história”.