Evento no Tecpar debate mobilidade elétrica no Brasil 24/04/2019 - 15:46

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) sedia nesta quarta (24) e quinta-feira (25) ciclo de debates sobre as oportunidades, desafios e rumos da mobilidade elétrica no Brasil. Cerca de 200 pessoas participam do Fórum Internacional de Carros, Veículos Elétricos e Mobilidade Urbana (Fórum CVE), que acontece na sede do instituto, em Curitiba.

O encontro anual reúne empresários, pesquisadores, profissionais e acadêmicos interessados na cadeia produtiva de carros elétricos e mobilidade urbana, com o objetivo de impulsionar o setor.

Segundo o diretor-presidente do Tecpar, Fábio Cammarota, o Paraná é um dos estados com maior propensão à inovação no país e a estratégia é diretamente alinhada a uma política de desenvolvimento sustentável. “O Tecpar trabalha para ser um dos indutores no processo de inovação e ajudar o Estado a dar saltos de desenvolvimento”, disse Cammarota. “Para isso, estamos trabalhando neste evento o conceito de mobilidade elétrica, ou mobilidade ampliada, que não se reduz a um só tipo de tecnologia, mas a um conceito diferente de lidar com pessoas e com a sociedade”, afirmou.

Cammarota também reforçou a importância das políticas de incentivo adotadas pelo Governo do Estado. Entre as iniciativas recentes estão o Projeto de Lei que propõe zerar a alíquota de IPVA de carros elétricos e a proposta de convênio ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para que o Estado também possa isentar o ICMS para a aquisição desses veículos.

“O Tecpar também está fazendo sua parte. Fechamos parcerias com entidades públicas e privadas para promover estudos sobre o uso de veículos elétricos, firmamos acordos de cooperação com a Fiep, Senai e empresas do ramo, além de buscarmos a ampliação do Smart Energy”, acrescentou.

A promoção da eletromobilidade está prevista no programa estadual que busca a adequação da rede de energia elétrica convencional em rede inteligente e a disseminação da geração distribuída por fontes de energias renováveis.

PERSPECTIVAS - Para o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Guggisberg, somente um conjunto de ações integradas e persistentes trará às indústrias a confiança necessária para apostarem no transporte sustentável.

“A eletromobilidade e as energias renováveis são a nova fronteira do desenvolvimento econômico brasileiro”, disse o presidente da ABVE. Segundo ele, as oportunidades que se abrem são imensas para investidores estrangeiros e empreendedores nacionais, para cidadão e governos.

Ele afirmou que nada marcará tão profundamente a indústria e a qualidade de vida nas grandes cidades no Século 21 quanto a transição dos combustíveis fósseis para os sustentáveis na mobilidade urbana. “Essa grande mudança já está em curso em vários países, e nosso desafio é fazer esta revolução acontecer aqui no Brasil também”, afirmou.

PROGRAMAÇÃO – O evento conta com painéis temáticos e apresentação de cases especiais de empresas ligadas ao setor. Os debates giram em torno de questões regulatórias, eletropostos, baterias para os veículos, qualificação e formação de profissionais, políticas públicas, linhas de financiamento.

Entre os participantes estão a Associação de Geração Distribuída, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores, Confederação Brasileira de Automobilismo, Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Copel, Lactec, além de pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunic

DEBATE -  No primeiro dia do evento, a palestra “Principais obstáculos à popularização dos veículos elétricos no Brasil e como superá-los” foi ministrada por Rodrigo Almeida, membro da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei).

Almeida afirmou que a pouca oferta de veículos elétricos no mercado brasileiro é um dos principais obstáculos para a difusão destes produtos, seguido da necessidade de um alto investimento para aquisição.

“Os veículos elétricos são, em média, 30% mais caros do que veículos de porte semelhante que utilizam outra forma de energia, isso faz com que as pessoas não se interessem tanto quando pensam a curto prazo”, comenta.

Outro obstáculo destacado pelo membro da Abravei é a falta de conhecimento do consumidor. “As pessoas se perguntam o que fazer caso o carro fique sem bateria na rua, mas ao pensar é um caso semelhante a falta de gasolina. O carro elétrico pode ser carregado na tomada da sua própria casa e a pessoa tiver abastecimento fotovoltaico de certa forma ela gera seu próprio combustível”, disse.

Almeida finalizou comparando o valor de manutenção de carros elétricos e movidos a combustível, e acredita que deve-se levar em consideração que o carro elétrico demanda menos vezes de manutenção de rotina, porém apenas concessionárias possuem idoneidade para realizar reparos.