Empresa entra na incubadora do Tecpar para desenvolver membrana de biocelulose 10/03/2017 - 16:33

da esquerda para direita: Andrea P. Canuto Von Der Yeyde, da Neurocel; Luiz Renato G. de Oliveira Mello, da Neurocel; Reginaldo Joaquim de Souza, diretor de Desenvolvimento Tecnológico do Tecpar; Leandro José Haas, da Neurocel

A Neurocel, empresa que acaba de ingressar na Incubadora Tecnológica do Tecpar (Intec), vai desenvolver pesquisa na área da neurocirurgia para produzir membrana biológica com a finalidade de substituir a dura-máter - também chamada de meninge - em caso de lesões por tumores ou por traumatismos. O novo produto é fruto de uma pesquisa de 25 anos. O contrato para ingresso da empresa na Intec foi assinado nesta sexta-feira (10).

De acordo com o médico neurocirurgião Luis Renato Mello, titular da patente e da empresa, a meninge envolve o sistema nervoso no interior do crânio e da medula. A sua experiência como médico no Hospital Santa Isabel, em Blumenau (SC), onde trabalha, mostrou que essa meninge pode ser substituída em caso de lesões. "Estou desenvolvendo a pesquisa nesta área há 25 anos, já realizamos testes pré-clínicos com animais

e teste clínico em pessoas, com bons resultados", destaca.

Mello explica que essa nova membrana é produzida a partir de biocelulose, proveniente de síntese bacteriana e submetida a preparo especial, objeto de patente registrada. Quando produzida em grande escala tem baixo custo. "As membranas que existem no mercado são de alto custo e, na maior parte, de origem estrangeira", salienta.

A expectativa do médico com a incubação é conseguir desenvolver um protótipo, testá-lo e submeter o material à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), obtendo, dessa forma, autorização para uso do produto pela população. "A ideia de fazer a incubação na Intec liga-se ao fato de termos acesso mais fácil a testes biológicos avançados de biocompatibilidade, resistência e toxicidade", ressalta.

O gerente dos Parques e Incubadoras Tecnológicas do Tecpar, Gilberto Passos Lima, explica que os especialistas da Intec irão acompanhar o desenvolvimento final do produto até que a empresa alcance a autorização da Anvisa para comercialização. “Depois disso, o negócio entrará em outra fase, na qual estará focado na comercialização do produto no mercado privado para, em seguida, tentarmos introduzi-lo no mercado público”, avalia.

A companhia se instala no campus CIC do Tecpar, onde está o Parque Tecnológico da Saúde. O diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Reginaldo Joaquim de Souza, afirma que estar dentro de um parque tecnológico ajuda a empresa a acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços. “A companhia pode entrar no parque tecnológico e firmar parcerias com o Tecpar para ingressar no mercado público da saúde”, pontua.

INTEC - Empreendedores que queiram participar do programa de incubação do Tecpar podem ser inscrever ao longo do ano para concorrer a uma vaga em uma das duas unidades da Intec, em Curitiba e em Jacarezinho.

São ofertadas vagas para a modalidade residente - quando a empresa fica nas dependências da Intec - e para a incubação não residente, quando o empresário não se instala na incubadora, mas conta com o apoio dos especialistas do instituto.

Podem participar do processo de incubação pessoas físicas, como universitários, pesquisadores e empreendedores que tenham um negócio inovador, ou pessoas jurídicas. Ao longo de 27 anos, a Intec já deu suporte tecnológico a mais de 100 negócios.

No momento, 11 empresas passam pelo programa de incubação: Beetech/Beenoculus, Werker, i9algo, Invento Engenharia, Vuk Personal Parts, Compracam, Provena, RR Import, Forrest Brasil Tecnologia, OrangeLife e Neurocel.